domingo, 5 de julho de 2009

Viva, ainda que em outro país

Tentei também permanecer alheia, sem sucesso, aos "atos secretos" do senado. Decerto poucos, muito poucos, ficaram surpresos com as revelações; pelo menos entre aqueles que permanecem informados sobre a realidade do país. O que me causa um repúdio absoluto é a tenacidade com que o Partido dos Trabalhadores, em especial o seu presidente eleito, tem defendido o presidente do senado, José Sarney.

Quando Lula foi eleito, no afã de querer mesmo ver novos tempos para o Brasil, estranhei Sarney na presidência do senado, mas entendi. Afinal, ele foi um aliado importante do candidato durante a campanha da primeira eleição. Seis anos depois, mesmo a despeito de Calheiros já ter sido afastado da presidência por causa de um escândalo, com o país absolutamente estressado por tantos escândalos e denúnicas de corrupção, colocar-se novamente o ex-presidente à frente do senado foi um erro político que só um partido, criado com bons propósitos, mas que dia após dia se revela completamente inábil politicamente, poderia cometer.

Decididamente, o Brasil tem uma incrível incapacidade de caminhar para frente. Apega-se a um passado destroçado, acabado. Enquanto países como a Austrália, a China, Nova Zelândia, caminham a passos largos na direção de um milênio de prosperidade e modernidade, o Brasil fica estagnado no tempo dos dinossauros.

Lula representou um sopro novo em nossa política, encheu de esperança o nosso povo. Foi o ícone de um tempo de transformação. Chegou ao poder aplaudido, abraçado, numa festa cívica das mais representativas em nosso país. Disse, durante os dias que precederem a sua posse, que "tinha medo de ficar isolado", gostava dos braços do povo. Pouco mais de seis anos da posse, o presidente da república mergula a si próprio e ao seu PT numa lama sórdida, apoiando o que há de mais vil, de mais retrógrado na política brasileira.

Gosto de estar viva. Olhando a degradação de Lula e do PT, preferia estar viva em outro país.

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